RELEMBRANDO

A NOSSA SEGUNDA CASA

Raul e Presilla Bazei, segundo alguns registros e incontáveis depoimentos foi o casal que mais dançou em festas na Serra Gaúcha. Relembrando com ela momentos especiais, surgiram algumas histórias do casal que conviveu com amigos na Recreio, por muitas gerações.

 

Raul e Presilla Bazei. Acervo Pessoal Presilla Bazei

 

Quando era adolescente, Presilla Benetti morava no centro de Gramado, com sua família, pertinho da Igreja Matriz São Pedro. “Eu e minhas irmãs sempre vínhamos nos bailes da Sociedade Recreio. Chegávamos de manhã cedo do baile direto para a Igreja e só depois da missa íamos para casa dormir”, conta.

 

Raul Bazei na Quadra de Volei da Sociedade Recreio Gramadense. Acervo Pessoal Presilla Bazei


Casou-se em 1960, com o Raul Bazei. “O Raul jogava volei na Recreio, participou por muitos anos do bolão, e adorava encontrar os amigos, no clube. Nosso grupo se reunia sempre”.

 

Raul e Presilla Bazei com amigos na Sociedade Recreio Gramadense. Entre eles: Maury e Itiberê Pasqual. Acervo Pessoal Presilla Bazei

 

Raul com amigos na Sociedade Recreio Gramadense. Entre eles: Winfried Volk. Acervo Pessoal Presilla Bazei

 

Raul, Ilso Tomazelli, Raul Pameggiane, Severino Bazei, Joni Moraes, Schieroldt e Chile na Sociedade Recreio Gramadense. Acervo Pessoal Presilla Bazei

 

Ela conta que antigamente em Gramado, havia um problema no Carnaval e que as pessoas ficavam ao redor e não entravam no salão. “O Bloco da Dona Jóia formou um grupo e começaram a entrar para dançar no Carnaval. O pessoal bebia e ficava parado em volta do salão. A Diva Dal Ri, a Lurdes Dalle Molle, a Beraci, fundaram os Verdugos, antigo Bloco dos Velhinhos Transviados”. O casal foi um dos fundadores, “participamos 50 anos direto do Bloco Velhinhos Transviados. Não perdi nenhum carnaval, nem quando estava grávida”.

 

Raul, Nelson Benetti, Tino Volk, Itiberê e Winfried na Sociedade Recreio Gramadense. Acervo Pessoal Presilla Bazei

 

"Eu fiz praticamente todas as minhas fantasias de Carnaval”, lembra-se. Algumas delas foram Presidiários, Palhaços, Marinheiros, Ciganos, Charles Chaplin. “A gente se divertia muito. Organizávamos jantares uma vez por mês em lugares diferentes, mas sempre reunidos com os amigos". Foram presidentes por 6 anos e conta que viajaram, dançaram e aproveitaram muito. “O Raul estava sempre pronto para dançar, ele tinha esse compromisso, precisava batucar, tocar o bumbo. Não faltamos nenhum Baile de Carnaval. Claro que houve atritos, também. Algumas pessoas não permaneceram. O Bloco sempre foi muito de família. Preservávamos a amizade acima de tudo. Diversão com muito respeito, protegíamos uns aos outros”.

 

Bloco dos Velhinhos Transviados na Sociedade Recreio Gramadense. Acervo Pessoal Presilla Bazei

 Bloco dos Velhinhos Transviados na Sociedade Recreio Gramadense. Acervo Pessoal Presilla Bazei

 

Bloco dos Velhinhos Transviados na Sociedade Recreio Gramadense. Acervo Pessoal Presilla Bazei

 

Bloco dos Velhinhos Transviados na Sociedade Recreio Gramadense. Acervo Pessoal Presilla Bazei

 

Viajavam todos os anos, com este tradicional grupo de amigos que surgiu na Recreio. “Decidíamos o destino por votação e a maioria, vencia. Muitas vezes fomos para as cabanas no Gravatal, ao Uruguai, à Argentina. Muita música, violão, gaita. Fazíamos uma boa festa, de verdade. O hotel que nos hospedava organizava bailes à noite e o pessoal terminava as festas atirando-se nas piscinas. Bagunça durante o dia e à noite, rodeados por amigos com energia para aproveitar cada minuto”.

 

Acervo Pessoal Presilla Bazei


Conta que sem o Raul, não participou mais. “Ele amava tanto o bloco... No último Carnaval, quando estava internado, implorou para que os médicos o deixassem sair. Queria rever os amigos neste momento que era tão importante para ele. Eu providenciei então a fantasia dele e fugimos do hospital. Quando chegamos, os amigos subiram com ele e colocaram o bumbo em uma mesa em frente ao palco. Ainda conseguimos dar uma volta no salão. Feliz da vida, Raul tocou mais um pouco enquanto podia. Ele partiu exatamente no dia da primeiro jantar do bloco daquele ano, em março. Os amigos estavam reunidos, fantasiados e quando ficaram sabendo, foram se despedir. Colocaram o bumbo pertinho dele e então eu acho que ele finalmente descansou em paz”.

 Presilla e Raul Bazei. Acervo Pessoal Presilla Bazei

 

Presilla lembra que Raul foi apaixonado pela Recreio e pela dança. Participaram de todos os Bailes de Debutantes, pois todas as filhas e sobrinhas debutaram. "Cassino de Sevilha, Francisco Petronius, foram inesquecíveis e maravilhosos. O Raul dançava de coração, de alma. Parece que a música entrava nele. Ele sabia os passos certos e eu o seguia no embalo da música. Por muitos anos a Recreio foi a nossa segunda casa”.

 

 

 

 

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