RELEMBRANDO

PRÁ QUE DINHEIRO

A família de Darci Michaelsen sempre teve envolvimento expressivo na Recreio Gramadense. “Meu pai, Arno Michaelsen foi Prefeito de Gramado de 1960 a 1963. Muito atuante no clube, ele jogava bolão nos Vampiros" conta.

 

Arno e Angelina Michaelsen, 1960. Foto: Arquivo Pessoal Darci Michaelsen

 

 

Lealdo e Zely Willrich, Arno e Angelina Michaelsen, Willy e Cecilia Klement. Foto: Arquivo Pessoal Darci Michaelsen

  

Dorli Michaelsen, Rainha da Sociedade Recreio Gramadense, 1960. 1961. Foto: Arquivo Pessoal Darci Michaelsen

 

"Minhas irmãs, Dorli foi rainha da Sociedade Recreio Gramadense e a Delci debutou em 1964. Os encontros da maioria das famílias de Gramado, aconteciam neste lugar onde passei realmente uma parte muito bacana da minha vida. Eu vinha à boate aos sábados à noite e matines dançantes aos domingos à tarde. Programação mais do que especial. Na sacada da Recreio, foi onde falei com minha esposa, pela primeira vez em 1971. Naquele tempo em que se dançava junto”...

 

Delci Michaelsen, Carnaval Infantil, 1961. Foto: Arquivo Pessoal Darci Michaelsen

 

 Delci Michaelsen, Baile de Debutantes, 1964. Foto: Arquivo Pessoal Darci Michaelsen

 

Ligado às festas, música e arte, Mica relembrou uma linda fase dos anos 60 quando havia apresentações artísticas do Ginásio São Pedro, as formaturas, as festas do Colégio das Irmãs. “Existiam duas academias de acordeon a Verdi, da Professora Helena Jungblud e Schumann, da minha irmã Dorli e da Dona Vandora, esposa do seu Antônio ferroviário, o chamado guarda chaves, que cuidava da estação de trem. Em maio de 1961, aconteceu uma apresentação inesquecível da Academia Schumann”.

 

 Academia Musical Schumann, 1961. Foto: Arquivo Pessoal Darci Michaelsen

 

Humor político já era entretenimento brasileiro, quando poucos tinham televisão em preto e branco. Conhecidos nomes da comédia se reuniam num coral que cantava as mazelas do Brasil em versos. “Inspirados no Coral dos Bigodudos, satirizamos no carnaval de salão com a maior cara de pau. Foi uma produção muito arrojada. A Dona Irma Peccin fez a nossa caracterização, com um camisolão e os bigodes que buscamos em uma roça de milho”.

Cordão dos Bigodudos 1961, Laurence Peccin, Darci, Paulo Bertoja, Heino Hoppner, Ivan Bisol, Luciano Peccin e Gilberto Bastos. Foto: Arquivo Pessoal Darci Michaelsen


"Momento peculiar nos carnavais eram as disputas de fantasias e desempenho nas apresentações, que foram aprimorando-se. Aqui em Gramado sempre existiu duas correntes político-partidárias e religiosas, sempre opostas. Havia um bloco muito bonito, Monarcas do Ritmo, bem conduzido e luxuoso", conta.

 

Premiação dos Blocos 1970. Foto: Arquivo Pessoal Darci Michaelsen

 

"Eu não estava participando de nenhum bloco na época, então organizei um concorrente na parte musical. Com amigos, músicos não profissionais, seresteiros, montamos um bloco que veio a se chamar de Prá que Dinheiro. O nome foi inspirado na música do Martinho da Villa, lançada naquele ano, 1968", resgata.

 

 "Prá Quê Dinheiro", 1973. Foto: Arquivo Pessoal Darci Michaelsen

 

"Criamos o bloco de véspera, um mês antes do Carnaval. Pequeno, só de guris, a maioria derivou do Crentes da Folia. Nossas fantasias confeccionadas pela Marília Daros, de jornal, desmanchavam-se e precisavam ser refeitas a cada apresentação. Fizemos uma produção barata com ironia, justamente para debochar. Entramos no baile de carnaval tocando gaita e cantando “Coração de Luto”. A sátira ao programa do Chacrinha, foi sensacional!", recorda-se.

 

 "Prá Quê Dinheiro" Darci Michaelsen, Fabiano Bertoluci (Teixeirinha e Meri Teresinha), Fedoca (India Poti), Raul Beux (Chacrinha). Foto: Arquivo Pessoal Darci Michaelsen

 

"Houve um ano que desfilamos com cabeças de Tio Patinhas, maravilhosas, desenvolvidas pela minha irmã. Fizemos sucesso, o Pra Quê Dinheiro foi marcante e divertido. Nossa concentração e ensaios aconteciam na garagem na antiga casa do senhor Walter Bertolucci. Foi uma época espetacular! Durou pelo menos sete anos e até hoje nos encontramos para fazer churrasco, tocar, cantar e ouvir músicas", diz.

  

 Darci e Liza Michaelsen. Foto: Arquivo Pessoal Darci Michaelsen

 

Lembra-se que outro tipo de ocasião frequente aqui foram festas de casamentos. "Eventos grandes de Gramado aconteceram aqui, pois durante muitos anos foi a única ou melhor opção. Percebe-se que as bases e os pilares do clube, as famílias tradicionais da cidade permanecem com o apoio de várias outras famílias que vieram para cá".

 

 Darci Michaelsen "Relembrando" na Recreio Gramadense. Foto: Arquivo Sociedade Recreio Gramadense

 

A solidez e sustentação da Recreio estão diretamente ligadas à sua origem. Darci Michaelsen atuou por  mais de 10 anos em Diretorias e no Conselho Deliberativo. "Acompanhei de perto o projeto Recreio 2000 e pude contribuir na condução do processo da reforma, liderada pelo Coletto, com a rifa de uma BMW. Temos um clube assentado na estrutura de 105 anos em uma posição maravilhosa! Desconheço outro, no interior, com tamanha pujança e beleza".

 

 

  

  

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