RELEMBRANDO

TEMPOS DE OBRAS

Flávio Koetz relembra antigas conversas que teve com o seu pai, sobre o desenvolvimento da cidade.  Em 1955, Orlando Koetz veio de Taquara a convite de Walter Bertolucci, trabalhar como Agrimensor no setor de Projetos e Obras da Prefeitura, logo que foi instalada, dando origem ao primeiro mapa de Gramado, na emancipação. “Ele trouxe a nossa família para morar aqui e em seguida comprou o título do clube. Em 1957, o pai foi tesoureiro na gestão do então presidente Heitor Klein. Nesta época a orquestra “Cassino de Sevilha” se apresentou aqui. Eu era pequeno e recordo-me muito da repercussão positiva deste evento que trouxe os músicos famosos da América do Sul. Minha mãe Terezinha Tarragô Koetz, participou do grupo feminino de bolão Flor da Serra. Meu pai jogava bolão no grupo Combate e muitas vezes, ajudei a montar os pinos de madeira na cancha em troca de refrigerantes e sanduíche”, conta Flávio.

  

Centro de Gramado, 1945. Foto: Acervo Maury Pasqual

 

Quando nossa família começou a conviver em Gramado, a obra do prédio de alvenaria que iniciou em 1947, já havia sido concluída. “A construção teve como influência os filmes que retratavam Cuba, como ”Copacabana”. Muitos foram os responsáveis pela obra, mas principalmente o Sr. Aquilino Libardi, pedreiro, que muito construiu aqui. Meu pai contou-me que aos poucos a comunidade juntava tijolos, cimento, telhas de zinco. O piso parquet taco 7x21 que temos até hoje veio no caminhão do Sr. Anibaldo Ramm. Na época da gestão do Sr. Guilherme Dal Ri, ele próprio assentava os tacos de parquet no salão principal”.

 

 

Orlando e Terezinha Koetz, Augusto e Elma Helmuth. Foto: Acervo Pessoal Terezinha Koetz

 

Delegado Melgaré e esposa, Orlando e Terezinha Koetz, 1963. Foto: Acervo Pessoal Terezinha Koetz

 

Flávio foi Diretor de Patrimônio na gestão do presidente Irdilo Pizzolotto em 1979. “Lembro-me de uma época de muita carência da participação da comunidade. Batíamos de porta em porta para convidar as pessoas, vender os convites para as festas no clube. O advento dessa administração, a pedido dos associados, foi à construção de duas canchas de bocha cobertas ao lado das canchas de bolão. Fizemos rifas para angariar fundos e construir esse espaço que foi muito frequentado, por alguns anos”. Quando Martin Volk assumiu como presidente em 1981, seguiu como Diretor de Patrimônio. ”Foi uma administração muito equilibrada e organizamos um lindo baile de debutantes na majestosa apresentação das moças a sociedade. Convidamos a Ieda Maria Vargas Atanasio, a nossa eterna Miss Universo gramadense de temporadas sazonais para ministrar curso de etiquetas, ensinando boas maneiras para as meninas que deveriam saber como se comportar em eventos sociais. Acompanhei os presidentes Gentil (1983), Pedroca (1985) e Paulinho Volk (1989), pessoas especiais que se dedicaram muito pelo sucesso de nossa Recreio Gramadense”.

 

Flávio Koetz, Clélio Tisott, Irdilo Pizzolotto, Dirceu Daros. Acervo S.R.G.

 

Velhinhos Transviados, Baile Municipal de Carnaval em Gramado. Foto: Acervo Pessoal

 

Flávio e Arlene Koetz. Carnaval Gramado. Foto: Acervo Pessoal

 

“Boas recordações tenho dos bailes de Carnaval, do Suéter e de Debutantes na Recreio. Frequentei desde criança o carnaval, logo quando viemos morar aqui. Acompanhei os Velhinhos Transviados desde sua formação em 1965, muito antes de eu fazer parte. Imaginem aqueles homens sisudos e mulheres discretas, que comandavam as grandes empresas da cidade, fantasiados. Eram os antigos Verdugos Transviados. Impactaram de uma forma muito positiva, vestidos de Chineses, de Palhaços e Ciganos. Foi o bloco que nasceu para iniciar o baile de carnaval da Sociedade Recreio Gramadense e permanece até hoje. Com emoção, lembro-me dos 25 anos da minha vida em que eu e minha esposa participamos com amigos muito queridos”, diz.

 

Carnaval Gramado, encontro entre gerações Gercy Accorsi e Flávio Koetz. Foto: Acervo Pessoal Mari Willrich

 

“A Recreio Gramadense sempre proporcionou encontros da sociedade desde a sua fundação. Lembro-me dos economatos que serviam almoços aos domingos. À noite, durante a semana, reuniam-se as turmas do bolão, bocha, carteado, os caçadores e contadores de causos. Tomavam aperitivos, jantavam, contavam piadas. Momentos de confraternização entre várias tribos e várias gerações. Sinto saudades deste tempo, do convívio olho no olho”.

 

 

  

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