RELEMBRANDO

EM TODAS AS FESTAS

Sergio Bertoja nasceu em Gramado, ”recordo-me da cancha de bolão. Eu era mascote do grupo, quando meu avô era presidente do Tuyuty”.   Centro de Gramado, 1966. Destaque: sede da Recreio, em alvenaria ao fundo. Estrutura moderna. Foto Sérgio Bertoja   Sérgio tem um lindo acervo de fotografias e relembra como era o convívio nas décadas de 60 e 70. “Frequentava os matinés dançantes nos domingos à tarde. Aprendi a dançar aqui, com a Dorli Michaelsen. As músicas eram tocadas pelo Renato Kasper, o “Kaspinha” com disco long play”.   Sentados: Juarez Bordin, Sérgio Bertoja, Elias Mubarach, Geovani Stanguerlin, Fernando Bertoja, Franco Camerini, Osmar Evaldt, Pedro Bertolucci. Em pé: Pedro Henrique Benetti, Alceu Bertoucci, Rui Heurich, Luiz Neuckirchen, Vandir Stall. Festa de São João. Acervo Pessoal Sérgio Bertoja   Julio Cezar Bertolucci, Paulo Pante, Luiz Neuckirchen, Pedro Bertolucci, Pedro Henrique Benetti, Fernando Bertoja. Acervo Pessoal Sérgio Bertoja   Sérgio Bertoja e Renato Chaulet. Acervo Pessoal Sérgio Bertoja   Sérgio Bertoja e Silvia Willrich, aniversário de 15 anos dela. Acervo Pessoal Sérgio Bertoja   Conta que as festas de aniversário de 15 anos eram concorridíssimas e muitas foram na boate. “Os convidados, muito bem vestidos, não podiam chegar atrasados. Obrigatório, uso de gravata e ninguém entrava mal arrumado. Não se convidava somente uma pessoa da turma e sim, a turma inteira” lembra-se. “Dançávamos as Marchinhas, Valsas, Tangos, Twist, Halli Galli e Rock and Roll”. Quando deixei de frequentar as reuniões dançantes, passei aos inesquecíveis bailes. Na época, iniciavam cedo. Jantávamos no clube galeto maravilhoso.  Exigiam mais ainda o uso de fatiota, gravata e sapato bem engraxado. Normalmente as gurias estavam acompanhadas com os pais. Para  convidar a moça para dançar, tínhamos que pedir licença aos pais. Pelo menos para mim, nunca negaram um covite! Dancei muito com minha mãe também". Acervo Pessoal Sérgio Bertoja   As famílias ocupavam quase sempre os mesmos lugares na Recreio e a metade da população de Gramado era sócia e marcava presença. "Assisti orquestras maravilhosas como o Cassino de Sevilha e os Cantores de Ébano. Certa vez, houve um imprevisto: os músicos que vinham tocar aqui em Gramado se perderam e foram parar em Caxias. Até chegarem aqui, o show que deveria iniciar às 23h começou às 3h da manhã. A maioria do pessoal não foi embora e ficou esperando o show começar e amanheceram no clube!! Os bailes do suéter que movimentaram as malharias também eram sensacionais! Todo mundo vestindo blusões bonitos, com capricho, pois queriam se destacar no concurso". Sérgio conta que teve o privilégio de ser convidado para ser par da Ginez Perine no primeiro Baile de Debutantes e na segunda edição foi par da senhorita Maria Helena Ruschel. Foram festas de muito sucesso e divertidíssimas, com toda a sociedade presente.  “Outra ocasião que envolvia a todos também era o Baile dos Estudantes onde destacavam-se meninas lindas como Rainhas dos Estudantes. Fizemos decorações maravilhosas com hortênsias e em cima das mesas colocamos uns livros e lápis de cor".   Acervo Pessoal Sérgio Bertoja   Acervo Pessoal Sérgio Bertoja   Sérgio Bertoja e Vanderlei Peccin. Acervo Pessoal Sérgio Bertoja   Baile Municipal. Jornal de Gramado   “Outro momento maravilhoso foram os Carnavais. Lá no fundo no clube de madeira, os blocos ensaiavam. Em uma reunião de amigos fundamos o “Apito do Samba” com 10 casais. Desfilamos com fantasias de Arlequim e Pierrot. No segundo ano o bloco cresceu, 30 pares, fantasiados como Malandros. Encerramos o bloco naquele ano, pois levamos uma bronca da diretoria na época. Fomos a Canela durante o baile, como de costume. Nesse meio tempo chegou um bloco de outra cidade e não estávamos aqui para recebê-los. Assim, entregamos o estandarte", conta Sérgio. O "Apito do Samba" originou outros blocos importantes na história do clube. "Por opção, não participei de mais nenhum bloco, mas também não perdi nenhum carnaval”.      APOIO:    

RELEMBRANDO

COSMOPOLITA DA ERA CHIC

Iraci Casagrande Koppe, relembra eventos que fizeram parte do nosso desenvolvimento, ainda antes da emancipação de Gramado, sobre o comportamento social da época e as festas mais frequentadas. “Segundo as minhas pesquisas em 1930, os bailes começavam às 8 horas porque a luz fornecida por uma pequena usina particular de Eugênio Bertolucci era desligada à meia noite. Mas continuavam com a luz neon e iam até às 8 horas da manhã do dia seguinte”, registra. A Sociedade Recreio Gramadense, era de madeira e constituída de um salão, chapelaria e toalete para as senhoras. “Como nos dias de chuva havia muito barro nas ruas, existia uma peça especial para troca de vestidos e sapatos, e ainda, um lugar para as crianças. Em bailes mais informais, como o Baile da Chita, usávamos vestidos feitos de chita. No inverno havia o Baile da Pelúcia, mas este era de gala. O meu era bordeuax, lindo, com uma camélia branca. Havia também o Baile de São Silvestre, no Reveillon, um luxo. Serviam sopa de agnoline e o ambiente era muito familiar, fora de série!”     Segundo Dona Iraci, “o Baile mais famoso daqueles tempos era o da Primavera, patrocinado pelo Centro Esportivo Gramadense, que elegiam suas Rainhas. A primeira foi Irma Lied, filha do Presidente do Clube. A segunda foi Lacy Bertolucci e a terceira Carmen Bertolucci. Todas lindas e com belos vestidos de gala. Época de muito luxo. A orquestra era de Gramado, a melhor, em minha opinião. Chamava-se Flor da Serra. Dançávamos Valsas, Foxtrot e Tangos”.     "Os vestidos eram de organza, renda e paetês. Naquele tempo existia muita rivalidade entre as jovens. Cada qual queria ser a mais bonita. As que mais desejavam destaque compravam a metragem do tecido para a confecção de um vestido na venda do seu Dalle Molle e o restante da peça queimavam em forno de brasa, sem dó nem piedade. O importante era ser exclusiva. Existiam concursos do vestido mais bonito e a eleição era com compra de votos. O dinheiro arrecadado revertia para a decoração do clube. Todas as candidatas usavam luvas de suede brancas. Nossa Sociedade vivia o tempo cosmopolita da era chic, de verdade”, comenta. Sobre o comportamento, diz que quando um rapaz convidava uma moça para dançar, ela era obrigada a aceitar ao menos uma marca. Caso não simpatizasse com o jovem, ela tinha o direito de pedir licença, ao terminar a música e antes de começar a próxima. Os pares que estavam dançando e assim desejavam continuar, quando a música parava ficavam no salão, sempre dialogando, até a próxima música.     “A moda dos gramadenses, a partir de 1940 era igual a da Argentina. Terno, gravata, colarinho engomado, chapéu de feltro, era o que os homens usavam. O tango combinava com a época e era invencível, principalmente “La Cumparcita”, conta. "Foi após o fim da 2ª Guerra Mundial, quando tudo mudou: o brim coringa, camiseta e tênis, chegaram. Os filmes americanos mostravam as jovens de calça comprida que causava admiração e, ainda a moda da mulher fumando. Os pares já dançavam de rosto colado. Houve uma tentativa de copiar este novo comportamento nos bailes por aqui, mas os pares, como sempre, tinham que manter a respeitável distância ao dançar. Se o casal aproximava-se, demais, a Secretaria do clube chamava à atenção”.      APOIO:        

DESTAQUE

AXEL ANTUNES NO REVEILLON

A música desperta a sensibilidade humana e pode inspirar um estado agradável, de bem-estar e emoção, principalmente quando há interatividade.  Ao vivo, é garantia de um momento exclusivo, mesmo que reproduzida de forma fiel em relação à versão original, o timbre de voz, a equalização do instrumento faz com que cada canção seja tocada de maneira única. Pois é executada ali, naquele momento, de forma participativa e em tempo real.    Axel Antunes. Foto Cynthia Prietsch   Durante a Ceia de Reveillon, o artista Axel Antunes, apresentará show ao vivo, proporcionando um momento ainda mais especial com um setlist de músicas para todos os gostos. Cantor, produtor e multi-instrumentista gaúcho, ele nasceu na cidade de Rio Grande. Reconhecido por sua bela voz em todo o país, há alguns anos roda por toda a região sul, com o show "A la Carte Music", com repertório com mais de 200 artistas nacionais e internacionais. Produziu trilhas sonoras reconhecidas e desempenha um notável trabalho musical online na plataforma Twitch.  Foto Cynthia Prietsch   É com imenso prazer que renovamos a parceria pelo 4ºano na Ceia de Reveillon, antes do Show da Virada. “Muito me honra ser lembrado para tocar para um público tão qualificado nesta data. A ceia de ano novo na Recreio é um evento tradicional em Gramado, em um lugar de muito bom gosto e requinte", diz Axel. Confira: https://www.twitch.tv/axelantunes https://www.youtube.com/axelantunes Contatos: https://www.facebook.com/axel.antunes Insta: axelantunes https://linktr.ee/axelantunes Whattsapp: +55 (51)99526.3083

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CHAVE DE OURO

Ultrapassamos a barreira de 26 mil visitantes nos variados eventos organizados na Recreio este ano. Nesta oportunidade em que nos aproximamos do encerramento de 2019, acho importante lembrar alguns, dentre tantos. O Gramado In Concert, que aconteceu em fevereiro é um dos eventos do município que mais cresce em termos de público e estrutura.   Com muita alegria, em março sediamos o EBA, Encontro Brasileiro de Animadores e o 41º CONAC, o maior evento de consórcios que reúne anualmente centenas de profissionais do ramo. Os Encontros da Família CNEC, que neste ano foram quatro, são sempre maravilhosos e repletos de carinho, onde pais, alunos e educadores confraternizam em diferentes ocasiões. Além desses, esta tradicional escola realizou a Festa de São João. Em julho, fomos o cenário para o Lions Clube comemorar seus 50 Anos incentivando o espírito de compreensão e os princípios da boa cidadania.     Eventos beneficentes foram realizados durante o ano todo. Promovidos pelo Rotary e Liga Feminina de Combate ao Câncer, o Jantar Homens na Cozinha e o Chá da Solidariedade, tradicionalmente nos envolvem com esse espírito e mobilizam as pessoas. Também no sentido de buscar ajuda a quem precisa, aconteceram o Bazar da Paula Jaeger em benefício ao Hospital São Miguel e o Bazar Mãos Fraternas. Ficamos muito felizes em ser ponto de venda das camisetas da Corrida Pela Vida. Eventos comunitários consagrados como Festa da Paróquia São Pedro, o 8º Maçom Gourmet, 2º REVIVAL DANCE e Baile do Retranca encheram o nosso salão do clube com alegria e brilho da nossa comunidade. Sediamos o Festival da Música,  em setembro. No mês de outubro, houve o Desfile da Revista Like, Desafios da Educação e a primeira edição do Mundo Encantado da Recreio para as crianças brincarem com seus pais nesta data especial.     A valorização da amizade, solidariedade, celebração da vida e união entre as pessoas, aconteceram aqui. E por falar em união e celebração da vida... belíssimos casamentos, bodas e aniversários de 15 anos foram celebrados durante o ano todo. Cada um com seu encanto e personalidade percebidos em cada detalhe das festas que foram organizadas. Em novembro, sediamos a festa de abertura do FESTURIS e o Convention & Visitors Bureau promoveu uma grande comemoração aos 20 anos de trabalho, fomentando o turismo de negócios em Gramado e Canela. Pianistas de Bagé, pela segunda vez na Recreio, agora faz parte da programação do Natal Luz. Durante o recital gratuito, 20 pianistas apresentaram um repertório clássico, erudito e impressionista francês, que emocionou o público de diferentes faixas etárias, no mês passado.   Com “chave de ouro” encerraremos a nossa agenda de 2019. No próximo sábado, dia 07 receberemos a Orquestra Sinfônica, com um espetáculo que promete grandes emoções onde toda a nossa comunidade está convidada a assistir e a entrada é gratuita. Dia 12, acontecerá o evento comemorativo aos 65 Anos de Gramado, no dia 17 o Encerramento das Atividades da Secretaria de Esportes e Lazer com jovens promissores da nossa cidade. No dia 19, a inovação com Summit Talks que reúne os principais nomes do empreendedorismo brasileiro para debates e lógicas de negócios do presente e alternativas de futuros possíveis. Para concluir, dia 24 Ceia de Natal e dia 31 a Ceia de Reveillon. Então, esta é a nossa Recreio. O clube com 105 anos, que mescla o antigo com o novo e reúne as pessoas que acrescentam e que ainda tem muito por fazer em nossa sociedade. Eventos culturais, eventos corporativos e eventos sociais. Zelamos pela preservação da nossa história, com as portas sempre abertas para a renovação dos próximos anos. Em nome de toda a diretoria e equipe, agradeço a todas as pessoas que se envolveram na realização de cada momento e aos que dedicaram seu tempo a prestigiar o que aqui aconteceu. Nos vemos em 2020!!  Ike Koetz Presidência Recreio Gramadense Gestão 2017 a 2020

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AS MASCARADAS

Uma rica memória, no auge dos seus 93 anos, Lacy Bertolucci Bertoja, a segunda Rainha do clube, contou algumas boas lembranças que viveu na Sociedade Recreio Gramadense. “Desde que eu era muito pequena, lembro-me que minha mãe, Angelina Casagrande, participava de grupos de bolão. De costume, as crianças acompanhavam, para assistirem. Nestes encontros nossas mães também organizavam piqueniques, o que era muito gostoso”.  Há registros que os primeiros grupos de bolão femininos foram criados em 1925, com nomes de Primavera, Bellona, 2 de Outubro, 30 de Setembro e o Rainha da Serra.   Carnaval 1950.  Acervo Pessoal Sérgio Bertoja   “Meu pai também sempre jogou bolão na sociedade, no tradicional grupo Tuyuty.” Henrique Bertolucci Sobrinho dirigiu o clube de 1935 a 1936 e depois, novamente de 1942 a 1944. “Ele foi um homem muito atuante, por duas gestões presidiu a Sociedade. Apaixonado pelo bolão. Às sextas feiras, reunia-se com os amigos dele. Conquistou muitas medalhas e se orgulhava disso. Ele me fazia ir à Sociedade para jogar bolão e eu não gostava nada. Ele insistia por que eu tinha que aprender para não fazer a tal da banda (não acertar nenhum dos nove pinos)”.   Aqulino Libardi, Bruno Riegel,Henrique Berolucci Sobrinho, Cláudio Pasqual, Hugo Daros. Acervo Pessoal Sérgio Bertoja   1943, aniversário de 17 anos Lacy Bertolucci. Acervo Pessoal Sérgio Bertoja   Coroação 1943. Acervo Pessoal Sérgio Bertoja   Recorda-se que na infância, quando uma amiga estava de aniversário, as meninas reuniam-se na Recreio, com um bolo bem grande e os meninos levavam gasosa laranjinha do Balzaretti. “Encontrávamos em uma casa e juntos seguíamos para a Sociedade para dançar, nos divertir e festejar com todos os amigos. Era só até às dez horas da noite. Depois os pais vinham buscar e a gente não podia ficar nem mais um pouquinho”. Na adolescência, os encontros eram em matinê dançante. “A gente organizava sempre para poder se encontrar. Parecia uma revoada, quando badalava o sino às seis horas da tarde. O Drecksler tocava violino, o Gersi Accorsi cantava, um menino tocava acordeon e outro tocava pandeiro. Não cobravam nada, mas eu como era muito saliente pegava um chapéu e passava para aqueles que dançavam ou assistiam, contribuírem. Assim os músicos ficavam muito felizes e mais animados”. Naquele tempo existia Tiro de Guerra e os soldados reservistas participavam das festas. “As meninas enlouqueciam com os namoradinhos que vinham de fora, eram rapazes bons!", conta. Lembro-me dos meus pais se preparando para as festas de Reveillon e os bailes de Carnaval. Certa vez, fizeram perucas de algodão no bloco de carnaval,  as fantasias eram muito decentes, de manguinha, nada de decote".  Carnaval 1958, Lacy e Francisco Bertoja. Acervo Pessoal Sérgio Bertoja   Na década de 60, Francisco Bertoja, foi presidente e ela conta que as pessoas que usavam máscaras, no carnaval, tinham que se apresentar para alguém da diretoria para mostrar o rosto e ter autorização para entrar. “Naquela noite eu e mais duas amigas entramos dançando direitinho, com nossas fantasias que mostravam nosso rosto. Depois desaparecemos e fomos para o quarto da tia Rosita, do economato, e trocamos as fantasias. Usamos vestido preto, luvas e meias calças pretas, capuz com umas máscaras pretas, mangas compridas, só com os olhinhos de fora.  Surgiram às mascaradas dançando sozinhas no salão e o pessoal da diretoria vinha perguntar: quem são vocês? Fugíamos, sem falar nada e dando risada... Convidávamos os outros maridos para dançarem e eles ficavam assustados. Sérios, falavam que estavam com suas esposas... Claro que a gente sabia quem poderia chamar para dançar... Fomos descobertas quando resolvi abordar o meu irmão, que nos desmascarou. Foi muito divertido...   Baile das Hortênsias, Lacy e Francisco Bertoja. Acervo Pessoal Sérgio Bertoja   Lacy Bertoja desfilando no Baile do Suéter 2006. Acervo S.R.G.   Foram muitos momentos,  desde o tempo em que a Recreio era apenas um barracão. Além das festas de Reveillon e do Carnaval, Vó Lacy falou com muito carinho sobre os Bailes da Pelúcia, Bailes da Primavera e os Bailes das Hortênsias. “A Sociedade cresceu muito. É um lugar muito distinto, muito bom para se frequentar. Uma beleza. Mas poderiam fazer mais bailes, reunir uma turminha boa de novo, por que ele é pertinho de tudo. É logo ali. Hoje, Gramado é muito grande e a gente não consegue mais conhecer todas as pessoas. Mas, há 40 anos, éramos praticamente uma família só. Não tinha rivalidade. Partido era partido e as pessoas se uniam aqui para melhorar a nossa cidade e para o bem de todos...”        APOIO:      

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A NOVENTINHA

Nosso Conselheiro, Professor Romeo Ernesto Riegel foi o primeiro radialista profissional de Gramado. Quando a Recreio completou 100 anos, ele organizou um trabalho maravilhoso com depoimentos veiculados no rádio durante todo o ano. Seu pai, Bruno Riegel, foi presidente de 1936 a 1937. “A Recreio é muito importante para mim, pois um ano depois da gestão do meu pai como presidente do clube, eu nasci. Existe um vínculo muito particular entre a Recreio e eu”. Na sua infância, Romeo armou pinos de bolão, jogou vôlei e recorda-se das épocas em que comeu salsichas e bebeu cervejas de madrugada, na Recreio, depois das serenatas com amigos. Lembra-se de quando Gramado teve um serviço de alto falante. “Televisores eram raros, então aos domingos à tarde, fazíamos um programa de calouros com muito sucesso, aqui na Recreio. Muitas pessoas sentavam-se na praça para ouvir as apresentações, pois a Sociedade estava lotada. O som propagado pelo alto falante alcançava boa parte da cidade”.   Professor Romeo Ernesto Riegel, Relembrando na Recreio Gramadense.   A seguir, a crônica comemorativa aos 90 anos da Recreio: A NOVENTINHA. "1915 até que não está tão longe quanto parece... E um dos melhores frutos que os gramadenses colhem em qualquer estação do ano é a Sociedade Recreio Gramadense. Nascida para ser vertente de alegria, continua esbanjando simpatia e otimismo. Acolhe sempre que necessário, os filhos seus que estejam carrancudos por motivos de tropeços passageiros ou porque, de repente, tornaram-se inimigos de conhecidos ou amigos de dezenas de anos anteriores. A música de som estonteante, moda hoje, é tão bom remédio para dores de cotovelo ou de frustração, como eram os românticos, suaves e sensuais boleros de antigamente. A Sociedade consolidou-se como templo social de nossa comunidade, por que nunca discriminou uma época em benefício de qualquer outra. Nenhuma geração de sócios foi melhor ou mais brilhante: apenas sonharam diferentes os mesmos e eternos anseios de felicidade e concórdia. Mudou de roupa várias vezes, do alicerce ao telhado. E esteve sempre linda aos olhares dos jovens, famílias ou amigos que, em certa época a fizeram palco de momentos preciosos e inesquecíveis de suas vidas. Para acompanhar as alterações de nossa querida cidade e de nós mesmos, a Recreio foi se fazendo nova, trocando as lamparinas por candelabros, a poeira do chão por mármore importado. Soube espelhar o curso de nossos costumes e de nossa opulência. A Sociedade Recreio conservou, de maneira magnificamente doutrinária, duas características: a de jovem e a de gramadense. É assim por que tornou-se ícone da eternidade que lhe conferimos. ... É a voz que esperamos que cante por séculos afora, guardando para sempre nossas risadas e a singeleza ou a ousadia de nossas esperanças... Esperamos que, tanto ela quanto nós, consigamos dissimular o nervosismo e não dar muito na vista o escandaloso amor que nos une".   Capa do livro "O Espírito de uma cidade: crônicas gramadenses"   Riegel, Romeo Ernesto. O espírito de uma cidade: crônicas gramadenses – Porto Alegre: Entrementes Editorial, 2010. 208p.:il.        APOIO:    

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GUSTAVO MEROLLI FOTOGRAFIA

Para Gustavo Merolli a confiança que o cliente deposita na tarefa de registrar histórias e eternizar momentos é a melhor parte de fotografar. “Prefiro não rotular o tipo de fotografia que faço. Atuo basicamente em eventos corporativos, sociais, festas, ensaios de moda e arquitetura de interiores”. Ele diz que têm as paisagens como terapia e se considera um eterno aprendiz da arte do retrato. Entre os países que já fotografou, destaca Portugal, Itália e Holanda. É nítida a sua versatilidade dentro de vários estilos fotográficos. Produz imagens de alta qualidade capturando grandes emoções.  Gustavo Merolli. Foto Rafael Hanzen A primeira oportunidade como fotógrafo em 2009, com apenas 15 anos, proporcionou a certeza de que essa seria a sua profissão. “Iniciei o curso de fotografia na Universidade Feevale em 2014, mas atuava profissionalmente, com pouca frequência, para alguns clientes que mantenho até hoje”.  Cumprindo agenda atual com mais de 120 eventos por ano, conta que às vezes fotografa até três ocasiões no mesmo dia. Em sua opinião, inesquecível na Recreio é o REVIVAL. “Onde eu percebo que a música e a energia das pessoas só mudam de época, pois todo mundo se diverte estando com os amigos, curtindo o som, em um ambiente agradável e muito divertido”, comenta.   Recreio Gramadense. Foto Gustavo Merolli   Gustavo considera que “os eventos na Recreio tem papel muito importante na cidade, principalmente quando reúne o pessoal que é daqui. Já fotografei em festas de reveillon, festivais, cerimônias e comemorações sociais que geraram muita interação, apoio e envolvimento com a cidade de Gramado.  Fotografar em eventos noturnos exige ação rápida pois há condições de iluminação difíceis e são ambientes agitados”. Salienta que busca unir a qualidade estética com o puro sentimento de um momento bom, contando com os recursos no tratamento de imagem moderno, apropriado para cada situação.    Recreio Gramadense. Foto Gustavo Merolli Na visão do profissional, o mais importante para uma boa foto, além das técnicas e equipamento é o olhar criterioso e o entendimento do assunto proposto. “Estar ciente do conceito e a empatia são muito importantes para realizar um bom trabalho, além de identificar o que o cliente gostaria de registrar no evento. Procuro mostrar da maneira mais simples e objetiva, toda a beleza que a escrita da luz (fotografia) proporciona”.   Contatos: www.gustavomerolli.com.br merollifotografia@hotmail.com Insta: gustavomerolli https://www.facebook.com/gustavo.silveiramerolli (54) 991454698  

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REVEILLON EM GRAMADO

A ceia de reveillon mais charmosa e tradicional de Gramado acontece anualmente na Recreio Gramadense. Natal e Ano Novo são períodos mágicos, mas também de muito trabalho para as pessoas que moram aqui e o associado pode contar com desconto para participar. Na terceira edição da nossa diretoria, o público desta festa aumentou aproximadamente 65% e muitas famílias de todo o Brasil comemoram conosco essa data especial.   Reveillon em Gramado em frente a Recreio Gramadense. Foto Gustavo Merolli   Nossa proposta é começar 2020 em grande estilo e com muita alegria. A ceia de reveillon será completa. Estamos preparando uma incrível experiência para todas as idades, com atendimento personalizado, gastronomia durante toda a noite e bebidas à vontade. Haverá música ao vivo no jantar com o artista Axel Antunes e show da virada com a Banda Cassino.   Ceia de Reveillon. Foto Gustavo Merolli   Ceia de Reveillon. Foto Gustavo Merolli   Reveillon Recreio Gramadense. Foto Gustavo Merolli   Outro diferencial importante desta noite é a presença da Cia Prof. Jana. As crianças poderão se divertir em ambiente lúdico preparado especialmente para elas, com brincadeiras e todo o cuidado da equipe de profissionais recreativos mais adorados da Serra Gaúcha.   Reveillon em Gramado em frente a Recreio Gramadense. Foto Gustavo Merolli   No centro da nossa linda cidade, pertinho da Rua Coberta está a Recreio, o nosso clube social com 104 anos de história. Ambiente clássico, seguro, amplo e com gastronomia de alto padrão. Lugar ideal para o despertar de 2020, brindando na melhor ceia de reveillon no coração de Gramado.   Ike Koetz Presidência Recreio Gramadense Gestão 2017 a 2020  

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A LENDA DO COMBATE

Carlos Gilberto Drecksler é pesquisador da história gramadense e autor de alguns livros sobre Gramado, entre eles: "Eterna Recreio de 1915 a 2005", "Retratos de Gramado", "Era uma Vez - Relatos de Gramado" e "Romantismo". Contando-me suas histórias ele relatou que certa vez, meados de 1942, houve aqui no clube um jogo de bolão entre o grupo Combate da Sociedade Recreio Gramadense e um grupo de jogadores representando Igrejinha. Segundo o escritor “havia uma grande competição entre a cidade de Gramado e Igrejinha em desempenho esportivo como até hoje acontece em times de futebol. Mas naquela época, no bolão existia muito fanatismo, mesmo”.  Popularizado na Europa e Estados Unidos durante a segunda metade do século XIX, o Bolão é uma modalidade esportiva de origem germânica, ancestral do boliche, um dos mais antigos tipos de jogos da história da humanidade. Composto de uma cancha de madeira, com aproximadamente 30m de comprimento e 2m de largura, bolas de arremesso feitas de madeira ou resina e nove pinos de madeira com 40cm de altura e 1,5 a 2 kg. A pista onde se rola a bola apresenta 34cm de largura exigindo muita concentração do atleta.  Uma “boa bola” apresenta entre 10 a 11kg, podendo ter 2 ou 3 furos. O objetivo do jogador é arremessar as bolas na pista e acertar o maior número possível de “noves”, possuindo variações de estilo de jogadas.   Jogo de Bolão na Sociedade Recreio Gramadense 1963. Acervo S.R.G.   O relato é sobre o que aconteceu em um famoso “embate na Recreio”:  “Todos prontos para a grande partida. Nós da equipe Combate, de Gramado, tínhamos uma grande vantagem: um companheiro do time de bolão, muito criativo e habilidoso. Nosso amigo, muito esperto, decidiu instalar um pequeno equipamento conhecido como “macaco”, embaixo da cancha”, conta Gilberto.    Caricatura "O Bolonista e o Macaco". Ilustração Margot Dal Ri Rost, para o projeto Relembrando Recreio Gramadense.    - "Um dos jogadores ficava escondido e cada vez que o time de Igrejinha jogava, recebia um sinal para acionar o “macaco”. Levantava aproximadamente 2cm de um lado da pista. Claro, que os adversários não tiveram a mínima chance. Quando a jogada era feita pelo time Combate, a cancha era discretamente baixada com o auxílio do macaco hidráulico e aí era ponto certo: bola no meio e pinos para todos os lados. Uma jogada caprichada! Ninguém desconfiou de nada. Ganhamos de goleada esse jogo do time de Igrejinha. A comemoração aconteceu, com muita música e um ótimo churrasco, é claro... O “amigo criativo” foi erguido pelo time que comemorou esta grande vitória sob os terríveis adversários”.          APOIO: