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DANÇA COMIGO?
As danças nos salões da Recreio, sem dúvida, foram os momentos que construíram as melhores memórias afetivas que se perpetuam no tempo... Há os que fazem referência aos bailes com “danças de rosto colado” e outros às festas que exploravam momentos espontâneos, impulsionados por músicas animadas, quando muitas vezes não se lembrava com quem havia dançado. O som alto diminuiu o diálogo, e não a sedução. São momentos saudosos de gramadenses dançarinos ou apenas admiradores que voltaram no tempo de olhos fechados, relembrando um cenário embalado por músicas que marcaram as suas vidas. Foto: Maria Delourdes Sbabo Magnus Nos bailes de antigamente havia uma forma de cortejo, ato de sedução extremamente romântico e educado. Os jovens procuravam pelo salão a garota ideal que muitas vezes encontrava-se na mesa sentada com os pais. Era preciso audácia para chegar até ela e fazer o respeitoso convite: - Dança comigo? Seria indelicadeza dela não aceitar, e um “sim” educado já deixava animado o rapaz atrevido. A regra era dançar no máximo três músicas com o mesmo rapaz, demonstrando que não havia outro interesse, a não ser, a boa educação. No entanto, se houvesse química, as danças se prolongariam o baile todo. Os rostos se colavam e a sedução continuava com uma conversa ao pé do ouvido. Um tempo mágico onde o cavalheirismo de uma dança fazia casais flutuarem pelo salão de forma encantadora. Mãos na cintura, abraço forte que aproximava ao peito e colava o rosto, ao som de orquestras que tocavam valsas, "foxtrot" e tangos. O beijo roubado, era às vezes o único da noite. O romantismo seguiu com os boleros. Mas a década de 50 ficou marcada por uma transição cultural, especialmente em relação à música e ao comportamento adolescente. Época de jazz e rock. Com passos cadenciados os casais se moviam, separando-se e retornando rapidamente, como um iô iô, indo e voltando. Anos 60 além do rock and roll, surgiram “cha-cha-cha”, “hully-gully” e “twist” que tomou conta das pistas. O novo “passinho”, era ensinado pelos rapazes que moravam em Porto Alegre e passavam os finais de semana em Gramado. Imagine uma toalha de banho nas costas, esfregando de um lado para o outro e pisando movimentando os pés como se apagasse um cigarro no chão. Nessa época era muito comum, casais de namorados circularem acompanhados com “chá de pêra”, a famosa "vela", visto que o comportamento da juventude era mais “avançadinho”. Foto: Gustavo Merolli Jamais será apagado o tempo da brilhantina nos anos 70, a chamada era “disco”. Discoteca, "hustle" e "breakdance", com influência americana, basicamente solo com chutinhos e movimentos das mãos sempre acompanhando a batida da música. A febre dos anos 80 e 90 era todo mundo dançando igual e no mesmo ritmo e o som cada vez mais potente e eletrônico. Na virada do milênio contamos com variedade de estilos musicais para atender a todos os tipos de público. Axé, música eletrônica, black music, samba, indie, rock, pop, retrô anos 80 e funk. Mas, e os passinhos para acompanhar esta “balada”? Cada tipo de música tem o seu jeito e quem não sabe, dança do jeito que sabe dançar! O mais importante era estar na pista aglomerada ao sinal da música preferida. Ou ainda, há quem tenha subido no palco para registrar a "performance" com os artistas da banda da noite. Além das bandas, o repertório por conta das tradicionais "pickups", alternava CDs ou vinis e alguns DJs tocavam arquivos de música direto do notebook. Com o avanço exponencial da tecnologia, já mudou muita coisa desde então! Foto: Gustavo Merolli Esta mistura de gerações, décadas de estilos, música e dança foi revivido em muitos casamentos, festas de 15 anos, bailes de debutantes, entre tantos eventos! "Saudades de uma festinha né, minha filha?" A dança é um tipo de arte que influencia a saúde física e emocional, em cada tempo, e as músicas são poesias que marcam histórias. Em época de pandemia, espero que as pessoas ainda dancem, embaladas por “lives” e “playlists” propagadas pelo celular, gerando novas memórias afetivas, agora, na sala das suas casas, mas em breve com os amigos, por aqui. APOIO:
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CENÁRIO DE MEMÓRIAS
“Às pessoas da minha faixa de idade tenho certeza que a Recreio traz ótimas lembranças”, diz Luiz Antônio Barbacovi, atual Vice Prefeito de Gramado e Conselheiro da Recreio por quase 40 anos. “Entidades que reúnem as pessoas geralmente são referências nas comunidades. Nosso clube é mais antigo que Gramado, onde encontros se transformaram em amizades, relacionamentos e famílias. Grande parte da história política, social e econômica de Gramado foi escrita nos salões da Recreio. Decisões sobre a cidade aconteceram aqui, em bate papos e reuniões sociais. Escrutínios provocavam burburinhos por dias, envolvendo as tão esperadas notícias sobre o resultado das eleições! Lembro dos Bailes de Debutantes, em que eu ficava nervoso para dançar”, comenta. Família Barbacovi, na Recreio: João Carlos, José Inácio, Luiz Antônio, Jorginho, Ivo Antônio e Anna Barbacovi. Foto: Arquivo Pessoal “Sou do tempo quando Colégio Santos Dumont ficava onde hoje é o Banrisul, frente à Recreio e crianças eram restritas ao clube. Na minha infância, houve Missa Cinquentenária da Recreio, em frente a portaria. Fui um dos coroinhas e ajudei o Padre Manéa na celebração dos 50 anos. Ajudar na missa prestigiada pelas famílias tradicionais de Gramado, autoridades, foi muito marcante! Meu tio, Antoninho Barbacovi, ficou conhecido pela participação na vida social de Gramado, como garçom, por grande parte da sua vida. Nos anos 50, eu e meus primos na mesma faixa de idade, espiávamos os eventos nos carnavais, escondidos por debaixo das mesas, com a permissão dele e da minha tia, quando foram ecônomos. Bacana, esperar o Carnaval chegar, para viver esse momento” conta. O senhor Antoninho Barbacovi foi também degustador de vinhos da antiga Vinicola Petronius referência nos anos 60, prédio da atual Secretaria de Educação. Missa em Celebração aos 50 anos da Recreio, em Gramado. Foto acervo S.R.G. Missa em Celebração aos 50 anos da Recreio, em Gramado. Foto acervo S.R.G. Entre 60 até 68, lembra que a Recreio foi o primeiro local com quadra de esportes. “Quadra de asfalto pequena, frequentada por jovens gramadenses. Jogávamos vôlei e futebol. Os times da época: Tênis Clube, Cometa, Ester Sul. Esfolei algumas vezes naquele piso de asfalto! Depois, surgiu o pavilhão da Prefeitura e desativaram nosso pequeno espaço esportivo da cidade. Frequentei muito o Bar da Sacada, no mezanino da Recreio, boate referência para o Vale do Sinos, Paranhana", lembra. Destaque Social no Jornal de Gramado, anos 80. Integrante do bloco dos "Velhinhos", já foi um dos "Monarcas do Ritmo" e relembra este bloco carnavalesco histórico formado por pessoas que tiveram grande influência em nossa cidade. “Além das fantasias impecáveis, os Monarcas eram como empresa organizada, com hierarquia e disciplina. A Sílvia Zorzanello, o Luciano Peccin e outras lideranças estudantis da época, jovens com visão diferenciada, marcaram o início da qualidade para o que a cidade viria a apresentar. Influenciaram comércio, hotelaria, gastronomia e arquitetura. O bloco contou com mais de 100 participantes e há 50 anos isso foi bastante significativo! Sentíamos imenso orgulho em participar do bloco e representar a Recreio Gramadense no Carnaval, em destaque na região e no Estado”. Atuou como Secretário da Recreio em 77, quando o clube era local de encontro dos gramadenses no fim do dia. “Hora de tomar aperitivo, jogar bolão. Meu pai jogava como a maioria do pessoal de Gramado. Nessa época, já observávamos necessidade de mudança, surgiam eventos de grande porte como Festival de Cinema e a cidade já se estruturava como destino turístico. O clube era muito procurado, mas estava em situações precárias. A empresa do meu pai e do senhor Aquilino Libardi, reformaram as canchas de bolão trocando por títulos, assim como outros que colaboraram doando materiais e serviços. A verdade é que nos anos 80 a Recreio não tinha mais condições de abrigar eventos. Então, iniciou o movimento jovem acreditando que o clube precisava se modernizar para acompanhar a evolução da cidade”, lembra. Luiz Antônio Barbacovi e Juliana Koetz, Relembrando na Recreio. Foto Lucas Dias. Em 1993, Luia foi eleito Presidente do Conselho Deliberativo, época em que efetivou o Projeto Recreio 2000, determinante para a Recreio. “Período de grandes discussões entre reconstruir a estrutura e a inevitável situação de desmanchar o espaço do bolão, obra reformada poucos anos antes e com espaço pouco usado”. Ao lado de Paulinho e Coletto, líderes desse movimento, Luia participou de todo processo. Período dos mais produtivos em termos de estruturação. “Tive a felicidade de realizar o sonho em transformar a Recreio num padrão de clube para Gramado, com localização formidável, que presta um excelente serviço à nossa comunidade. Comemorei também os 60 anos da Festa das Hortênsias, uma homenagem da Câmara de Vereadores que proporciou o reencontro das famílias. Noite como o antigo baile das Hortênsias: festa de nível nacional e congraçamento das famílias gramadenses, amigos de origem em famílias inseridas e viculadas ao desenvolvimento da cidade” diz. Demosntra saudade de um tempo que se modernizou deixando de lado este espaço bucólico e o romantismo de uma era. “Cenário da mesma memória afetiva na história de convivência que tínhamos. Jogávamos com o Sr. Adail de Castilhos e nos encontrávamos no glamour da Recreio. Antigamente esperávamos para acontecer um baile, de seis em seis meses, nos preparávamos, escolhendo a melhor fatiota. Os eventos aconteciam em uma velocidade mais lenta e eram valorizados. Hoje existe superficialidade nas relações, perdemos o contato, o preparo. Existiam regras: o que aprendíamos em casa e se aplicava aqui. Sinto muito orgulho em fazer parte desta história”. APOIO:
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O BRILHO DO SALÃO
O senhor Luiz Roldo Filho, aos 90 anos com uma memória invejável, fala sobre os tempos do clube nos anos de 1950. Casou-se com dona Iracema Libardi na Igreja de Pedra e a festa aconteceu na Recreio em novembro de 1958. Época da gestão do senhor Cláudio Candiago como presidente do e do seu sucessor, o senhor Francisco Bertoja. “Eu e a Iracema saímos de Porto Alegre e viemos morar na Sociedade Recreio Gramadense”. Festa de Casameto Luiz Roldo Filho e Iracema Libardi., 1958 Foto: Arquivo Pessoal O casal começou a trabalhar como ecônomo, a convite do pai da dona Iracema, o senhor Aquilino Libardi. Antigamente o sistema de construção era totalmente diferente. Demorava muito tempo para terminarem as obras normalmente feitas por um pedreiro e um ajudante. “Aquilino construiu a Recreio, a Igreja, o Hospital, os Colégios, o Cinema, o prédio da Prefeitura e o nosso Hotel Gramado Palace também. Nasceu em Gramado, na Tapera, em 1909 e morreu em 1991. Em 1951, demoliu a ´velha´ Recreio de madeira, que havia sido feita por ele e construiu a segunda, também. A obra de alvenaria terminou em 1956. O Aquilino presidiu o grupo de bolão 1º de Outubro. Gramado era uma cidade mais simples, um lugar muito gostoso! Chamava-se Picada para os Alemães, Linha para os Italianos. Por causa dos Tropeiros passou a se chamar Gramado. Eu sou do tempo em que não havia automóveis aqui. Havia carreta, carroça e eu andava à cavalo em Gramado", lembra seu Luiz. Aquilino Libardi. Foto: Arquivo Pessoal Aquilino Libardi e time de Bolão Recreio Gramadense, década de 40. Foto: Arquivo Pessoal Sobre a rotina de serviço do clube, antigamente, conta: “Éramos nós dois, uma cozinheira e um ajudante no máximo. Diariamente às 9h da manhã alguns gramadeses apareciam para tomar café no balcão. Centenas de pessoas circulavam na Recreio. Às 11h chegavam os primeiros sócios para tomar aperitivo. A Iracema e a cozinheira ficavam preparando almoço, pois em seguida chegavam os clientes para almoçar. O Antoninho Barbacovi era o garçom mais honesto e trabalhava muito bem. À noite preparávamos jantares pros grupos de bolão e nos bailes também. Servíamos o pessoal que frequentava a boate e o Cassino. O Bertoja, quando presidente trouxe muitas novidades! Do pessoal que jogava bolão eu lembro muito do Nina, do Parque Hotel, Oscar Knorr do Parque Knorr e do Leopoldo Rosenfeldt, do Lago Negro. Todos jogavam aqui”. Luiz Roldo Filho e Iracema Libardi, economato Recreio Gramadense, 1960. Foto: Arquivo Pessoal Ele conta que em muitas madrugadas faziam sopão para os que viravam à noite jogando carta. “Lembro de gente que sentava nas mesas e ficava jogando por três dias. Pelas 3h da madrugada pediam para preparar uma galinhada. E sabe como que se preparava uma galinhada naquele tempo? Precisava ir aos fundos, no galinheiro, pegar as galinhas, passar na água quente, depenar e limpar. Hoje se compra prontinha, temperadinha, é só botar na panela! Naquele tempo era um longo processo para preparar e servir à mesa para o cliente. O acesso à sala de carteado era por uma escada caracol. A porta da ficava quase toda fechada e eu mal conseguia passar com a bandeja e com os pratos. Havia uma mesa só para canastra e outra para pôquer. Os gramadenses mais bem de vida jogavam pôquer”, conta. Iracema com os filhos Marcia e Augusto, Carnaval da Recreio Gramadense, 1966. Foto: Arquivo Pessoal Augusto Roldo, um dos filhos, como "Laçador", 1º lugar carnaval infantil da Recreio Gramadense, 1968. Foto: Arquivo Pessoal Augusto e Luiz Roldo Filho, Relembrando. Foto: Rafael Debacco O senhor Livo de Fries assumiu o economato depois que o casal saiu em 1962. A família Roldo participou da longa história do clube. “Sinto saudades da minha juventude, naquele tempo eu não tinha medo de nada! Trabalhamos com muita dedicação e comentavam que dava até para se espelhar no salão. A Iracema tinha mania de encerar tudo, passava cera até nos pinos do bolão. A cancha de bolão brilhava! Muito caprichosa, assumiu a Recreio como se fosse a casa dela! Gramado antigamente era uma grande família. Hoje somos números. Uma cidade que nasceu e deu certo. Todos queriam ajudar como se fosse o seu próprio lar e talvez, por esse motivo, evoluiu tão bem”! APOIO:
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DESAFIO
Chegamos na reta final de um ano mundialmente afetado. Por mais desafiador que seja, sofremos todos os dias pela angústia em não saber o que acontecerá no dia seguinte. Qual decisão política vai nos afetar amanhã? Foto: Cid Guedes Neste ano, que começou promissor, tínhamos em torno de 40 eventos agendados, que foram cancelados ao longo desta pandemia. Inquietos que somos, nos reinventamos e atuamos da maneira em que nos foi permitido. Foto: Cid Guedes Pois bem, chegamos ao último mês do ano trazendo o encanto de parte do NATAL LUZ para ser apresentado dentro da nossa casa! Foto: Cid Guedes O espetáculo ILLUMINATION, através de Sergio Korsakoff com produção da gramadense Nini Volk, renova a esperança e a fé, para um término de ano mais digno, a quem nunca desistiu. Ainda fomos surpreendidos com a impossibilidade de realizar as primeiras sessões. Mas não podemos parar de lutar! Foto: Cid Guedes Os eventos não são os vilões da pandemia, e vamos sim, provar que aqui na Recreio, em Gramado, podemos trabalhar de forma responsável. Somos movidos por desafios e não temos 105 anos por acaso! Ike Koetz Presidência Recreio GramadenseGestão 2018 a 2020
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RECREIO 2000: O LEGADO
Nosso Presidente do Conselho Deliberativo, o Engenheiro Alemir Coletto relembra o corajoso projeto RECREIO 2000, liderado por ele, conservando a tradição e a história do clube para a nossa comunidade: “A memória é um pouco ingrata, mas quando vivemos com o coração em busca de um objetivo maior, é impossível esquecer. E, neste caso, o objetivo foi para a sociedade de Gramado em respeito à história que transcende um século. Ponto de encontro e referência a todos os importantes acontecimentos de Gramado. Acredito sinceramente que a função do clube é ser um elemento agregador da comunidade, ambiente de convívio, amplo, geral e irrestrito que oferece integração”. Alemir Coletto, Relembrando na Recreio Gramadense. Foto: Lucas Dias Sabe-se que nos anos de 1980, o clube não se viabilizava mais e a estrutura da sede em excelente localização, não acompanhava a evolução do cenário de eventos em Gramado. “A Recreio tinha uma situação de total insolvência, por se tratar de um clube muito antigo. Os estatutos preveem a situação de remido que enquadrava a maioria dos sócios e na época, inexistia outra fonte de receita. As estruturas eram todas de madeira com 40 anos de existência, cupins, telhas podres com goteiras e riscos à população. Pensar em como seria o futuro da Recreio era urgente, pois ela não se sustentava, não pagava manutenção. Na época como diretor social, idealizei o primeiro projeto chamado UMA NOVA RECREIO, em que o clube teria uma sustentação financeira, proveniente da locação de espaços comerciais no térreo”, conta. Recreio Gramadense, 1987. Foto: Bonfanti Alguns anos depois, Coletto aceitou o convite para suceder o amigo Paulo Volk que liderou o clube de 1989 a 1993. “Foi muito emocionante, pois naquele momento eu vi que o Paulinho tinha compreendido e identificado a ideia que poderia salvar a Recreio e a conduzir ao futuro”. Aniversário Recreio Gramadense, 1989. Foto: Arquivo S.R.G Uma comissão de gramadenses engajados formou-se e o desenvolvimento do projeto iniciou a partir de 1995. “Com a colaboração do Ricardo Peccin, idealizamos a obra e projeto RECREIO 2000. Para mantermos as atividades de congraçamento da sociedade gramadense através dos eventos durante o longo período de obras, realizávamos nos hotéis Serra Azul e Serrano eventos black tie, Baile de Debutantes, Carnaval, Miss Rio Grande do Sul, todos com renda revertida para aplicar na obra”, completa. Obra Recreio Gramadense, 1996. Foto: Arquivo S.R.G. Obra Recreio Gramadense, 1997. Foto: Arquivo S.R.G. Época de pujança econômica em Gramado e para alavancar investimentos, muitas campanhas foram realizadas: “Lançamento de títulos patrimoniais, campanhas de material de construção e captação da mão de obra. Buscávamos doações de caminhão de concreto, de brita, areia, tijolos. Campanha de fios elétricos, campanha de madeira, tudo com muito sacrifício. Alugamos o tapume na esquina da Garibaldi e Madre Veronica, como espaço publicitário divulgando logomarca de empresas que apoiaram a Recreio em troca de uma contribuição mensal. Das que tinham o maior poder econômico na época, 100%, se fizeram presentes: Famastil, Imobiliária Gramadense, Ortopé, Serra Azul, Serrano e Sierra Móveis. O apoio da comunidade aumentou e muitos empresários foram fundamentais como Móveis Masotti, empresas da construção civil, entre outras de iniciativa privada. Mesmo com todo o apoio, ainda faltavam recursos e a cada dia um passo e um degrau acrescia. Criamos uma rifa, com 100 números para sortear um automóvel BMW. Vivemos anos muito duros e não teria conseguido concretizar se não fossem as dezenas de apoios, patrocínios, doações, incentivos, a participação efetiva de muitos e a colaboração incansável de todos que lutaram. A todos que tiveram esse despojamento colaborativo eu agradeço pelo que fomos e ao que somos hoje. Tínhamos uma obstinação: Recreio ano 2000: Um Novo Clube para o Associado”. Obra Recreio Gramadense, 1998. Foto: Arquivo S.R.G. Outro aspecto importante proposto no projeto era viabilizar o clube financeiramente, pensando no futuro. “Caixa Federal, Bingo e Irius Gastronomia formavam a principal receita do clube na fase inicial. Esta receita prossegue até hoje, com as suas devidas alterações de locatários, responsáveis pela conservação e manutenção dos espaços privativos e suas fachadas proporcionais. Assim a parte térrea estruturada, possibilitou a fonte de renda para o futuro, junto com o economato e locação de salão. Estes três ambientes de negócio passaram a se tornar 99% da receita do clube". Obra Recreio Gramadense, 1998. Foto: Arquivo S.R.G. Quatro anos com muito trabalho de 1995 a 1999 e grandes desafios. "Durante este período organizamos o carnaval na Rua Coberta, que também estava em construção. Buscamos recursos, fizemos camarotes em meio a tapumes, desfile de fantasias e colocamos mais de cinco mil foliões na Rua Coberta. Foi uma efeméride! A partir daí ficou consagrado o primeiro Gramado Fantasia”, lembra. Coletto com os filhos Bruno e Lucas, Paulo Volk em homenagem na Recreio Gramadense, 1999. Foto: Arquivo S.R.G. A conclusão da obra no final de 1999 foi comemorada com um evento marcante. “Casa cheia e um encantamento generalizado. A Recreio tornou-se um salão para eventos e festas de qualidade para Gramado. Passados 20 anos que reinauguramos, vejo o clube maduro, capacitado, integrado, com ações que a cada momento melhoram a infraestrutura e proporcionam mais oportunidades à comunidade de Gramado. Outra bandeira que eu defendia na época e passo a relembrar hoje, é que a Recreio poderá oportunizar possivelmente alguma atividade esportiva identificada no momento certo. O maior legado que eu possa ter deixado para o clube foi a concretização do projeto Recreio 2000, onde estruturamos um plano de gestão, um plano financeiro que permitiu ao nosso clube, prosseguir. Além das atividades sociais, penso em alçar voos maiores, um espaço externo que pudesse ser a segunda etapa do projeto Recreio 2000. Poderemos ser mais amplos, mais diversificados e novos desafios ainda virão pela frente! A Recreio é um dos clubes mais antigos do Rio Grande do Sul, e alcançamos devido ao trabalho de muitos, o espaço e a deferência que temos nesse momento”. APOIO:
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TEMPOS DA ROÇA
Pedro Andreis relembra histórias da Recreio desde a infância gramadense com memórias de quem veio da zona rural. “Na década de 1960, a gente vinha do interior da roça nos finais de semana para assistir a um cineminha e se entrosar um pouco na sociedade também. Rejeições, eram bem comuns na época... mas a gente tentava se aproximar aos poucos, para participar da sociedade, do clube e conhecer as opções que a cidade poderia proporcionar”, diz. A Recreio teve uma grande importância social, princialmente nas décadas de 50 e 60. “Lembro bem que havia um campo de futebol de salão rústico com o chão cheio de pedregulhos, onde um sargento ensinava a jogar. As bolas eram pesadíssimas e a tradição era jogar descalço. Vantagem para a gurizada que vinha da roça, que tinha o pé mais cascudo e enfrentava melhor os guris da cidade”! Pedro associou-se ao clube na década de 70. “Surgiram mais oportunidades como a Boate. Brigas eram bem comuns, especialmente pela rivalidade com a cidade de Canela. Se não houvesse a encrenca, praticamente não tinha acontecido nada no final de semana. E assim acontecia: uma vez a gente apanhava lá e no outro final de semana a gente batia aqui. Sempre houve esta rivalidade. A boate era nosso evento principal de fins de semana, geralmente aos sábados. A gente fazia uma prévia na Lancheria da Hortênsias, que ficava aqui na Rua Coberta até umas 23 horas e depois vinha para o clube. A grande maioria fumava e o ambiente era um barbaquá. Não se enxergava nada pela fumaça, não sei como se respirava! Naquela época, os pais de algumas meninas responsabilizavam alguns rapazes, e o meu caso era esse: buscava em casa, levava para a boate e até uma hora da manhã trazia a menina para casa”, relata. Quando participou dos Monarcas do Ritmo conheceu mais pessoas da sociedade, inclusive a sua esposa Marilei Benetti. “Minha esposa cresceu na Recreio, os pais dela eram ecônomos. Fui par da Lei, no Baile de Debut e nos casamos aqui, na década de 80. Antoninho Barbacovi e o Chico Lorenzoni eram os garçons titulares e serviram um jantar maravilhoso”, lembra-se. Marilei Caberlon e Pedro Andreis, Baile de Debutantes Recreio Gramadense. Foto: Arquivo Pessoal O casal participou ativamente na diretoria do clube, por muitos anos. “Fui diretor de esportes quando aqui existia uma área de futebol de salão, uma cancha de bocha, uma cancha de bolão e tentamos modernizar um pouco a boate, qualificar um pouco mais. Trabalhamos em reformas rebaixando o teto e na instalação das portas divisórias que eram abertas ou fechadas de acordo com a quantidade de pessoas no evento. Tornou-se um ambiente mais acolhedor, possibilitando mais brilho na decoração dos bailes. Revolucionamos a parte cultural. Trouxemos o Francisco Petronius e as Garotas do Sargentelli. Mudamos um pouco a forma de ver a Recreio como Sociedade, quebramos paradigmas e foi um marco na história do clube”, registra. Uma ocasião que se destaca na trajetória do clube são os Bailes de Debutantes. “Noites maravilhosas onde os pais apresentavam as filhas para a sociedade. Havia preocupação de estar muito bem vestido. Jamais esquecerei quando usei uma gravata amarela, camisa azul e casaco amarelo, bem cafona. Me destaquei de todos e rever essas fotos é sempre maravilhoso”, comenta. Marilei, Monica Caberlon e Pedro Andreis, Baile de Debutantes Recreio Gramadense. Foto: Arquivo Pessoal Aos fundos da Recreio havia salas onde funcionavam os clubes de serviço. As reuniões do Lions Club, Orbis e Rotary eram semanais e havia jantares reunindo o pessoal. “Aqui surgiram os grandes líderes da cidade! A Recreio fez um trabalho bacana em formar lideranças e acho que esta é uma bandeira que deveriam dar continuidade. Há necessidade de descobrir lideranças políticas de uma forma saudável. Acho que a Recreio deveria promover este tipo de encontro, de debates. Acho que além de nível municipal, destaques na Região das Hortênsias”, sugere. Pedro Andreis, Relembrando na Recreio Gramadense. Foto: S.R.G. O clube evolui e Pedro também participou da grande reforma que aconteceu na época do Coletto. “Mobilizamos, trabalhamos juntos em uma grande equipe, em busca de recursos para fazer acontecer à reconstrução. Hoje o que buscamos naquela época se tornou uma realidade. Foi muito bacana participar como sócio, como colaborador ativo do clube e contribuir como cidadão gramadense”, conclui. APOIO:
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CLUBE NOVO, VIDA NOVA!
Jorge Barbacovi, Conselheiro, tem muitas lembranças com sua família na Recreio. Desde bem pequeno, sempre esteve envolvido com o clube. As imagens ilustram o momento da realização de um sonho: a festa de casamento, no final do mês de Outubro, há dezenove anos atrás! Festa de Casamento Jorge e Márcia na Recreio Gramadense. Foto: Arquivo Pessoal “Meus pais faziam parte do bolão de casais e eu os acompanhava, montava os pinos e ganhava um dinheirinho em troca. Mas há uma história que aconteceu comigo e imagino que com outras crianças, da minha época. Eu sou o mais novo de casa e quando pequeno, não participava dos eventos à noite. Meu pai e meus irmãos estacionavam o carro bem na frente do clube, ainda de dia, bem cedo, para reservar um bom lugar. À noite, quando vinham participar do evento no clube, guardavam o Jorginho dentro do carro e às vezes, davam uma espiadinha para saber como eu estava... Então desde sempre, a Sociedade fez parte da minha vida, mesmo do lado de fora!”, conta. Festa de Casamento Jorge e Márcia na Recreio Gramadense. Foto: Arquivo Pessoal Do tempo da Recreio antiga, lembra-se das canchas de bocha e de bolão e também das churrasqueiras: “Fazíamos bastante churrasco, na lateral das canchas além das festas na boate do clube. O mesmo pessoal que frequentava a Boate do Tênis no sábado a noite, vinha para a Recreio, nas sextas. Assisti aos Engenheiros do Hawaii em ambiente bacana, com bastante Gramadense. Os sócios pagavam preço especial. Depois mudou muito o perfil do público”. Stefania Gobbi, Hellen Michaelsen, Carla Benetti, Cíntia Libardi, Márcia Maldaner, Diana Correa, Karen Dinnebier, Fabricia Bergamo, Ana Paula Benetti. Foto: Arquivo Pessoal Em 1999, convidado pelo então presidente Alemir Coletto, participou da Diretoria e acompanhou todo o período da reforma. “As reuniões aconteciam na garagem da antiga delegacia e no inverno era cruel. Parecia um freezer com muita umidade e frio! Só no final de 1999, voltamos para a sede, quando entregamos o projeto Recreio 2000. Passamos por inúmeros obstáculos, com determinação de realizar um sonho, uma nova Recreio. Com orçamento apertado, várias vezes, confeccionamos os enfeites, decorações, colhendo matéria prima na natureza, com chuva, no mato, para fazer alguns eventos acontecerem. Todo esforço e dedicação valeram muito a pena, pois conseguimos juntos passar por dificuldades para chegarmos na realidade que vivemos hoje. A Recreio é uma referência no Rio Grande do Sul e no Brasil e exigiu muita coragem para fazê-la chegar até aqui”, lembra. Festa de Casamento Jorge e Marcia, na Recreio. Foto: Arquivo Pessoal Com amigos fundou o bloco Sópránóis, em 1998. “Sempre viemos aos Carnavais, pelo ambiente, segurança. Os melhores bailes sempre foram na Recreio. Lembro-me de uma noite de Carnaval, no fim da obra e ainda não estava tudo 100% como deveria estar. Por volta da meia noite terminou a luz! Black out total! Geralmente depois do desfile dos blocos é que começa o Carnaval e foi uma pena por que aquela noite não durou muito. A luz realmente não voltou... O interessante é que mesmo assim, no escuro, os blocos continuaram tocando! Não houve confusão nenhuma e os foliões entenderam que era um novo momento na Recreio. Eu não esqueço, deste momento tenso e que passei aqui”, diz. Jorginho Barbacovi, Relembrando na Recreio, 2019. Foto: S.R.G Jorge Barbacovi e Márcia Maldaner começaram uma vida nova na Recreio. Organizaram uma linda festa de casamento e receberam com muito carinho amigos e familiares. “Eu e minha esposa Márcia estávamos muito ansiosos para que o clube ficasse pronto e realizássemos nosso casamento aqui na Recreio. Queria muito que a Sociedade Recreio Gramadense fosse o cenário para a realização deste sonho. Sou grato por todos os momentos incríveis que passei aqui! Creio que nosso casamento foi o primeiro depois da reforma. Lembro dos convidados que vieram de fora comentando sobre a estrutura maravilhosa da nova Recreio. Ao invés de me parabenizarem pelo meu casamento, ou pela festa, os olhares eram para o lindo ambiente do novo clube”. APOIO:
RELEMBRANDO
OS PEQUENOS CANTORES DE GRAMADO
O gramadense Fabio Bertoluci colaborou no resgate da história da Recreio, salientando a importância em cumprir o papel proposto desde a sua fundação que é oportunizar a integração da sua comunidade. “Quando criança eu gostava muito de admirar os armários do bolão, com os troféus. Meu pai fazia parte dos Vampiros e eu adorava ver as fotos dele registrando as conquistas. Na minha juventude, as coisas aconteciam aqui, em um mundo completamente diferente de hoje, quando tinham os calendários oficiais dos bailes na Recreio. Nos carnavais, foram várias voltas no salão com muito confete e serpentina. Durante muito tempo também frequentei a Boate, onde a turma da minha geração se encontrava para dançar e conversar, à noite no terraço” lembra. Presidente da Recreio ke Koetz e Fabio Bertoluci, Relembrando na Recreio, 2019. Foto: S.R.G Além desses momentos de integração e de encontros que participou, Fábio conta sobre Os Pequenos Cantores de Gramado. “Na década de 70 havia um grupo de moços liderados pela Sílvia Zorzanello, em um momento em que os Pequenos Cantores da Guanabara, destacavam-se na mídia, na época. Entenderam que aqui em Gramado conseguiriam fazer e fizeram! Uma gurizada, usando batas azuis claras, estilo de coral mesmo, parecia um bando de gato miando, mas era lindo. Cerca de cinquenta guris, pequenos, por volta dos dez ou doze anos. Os pequenos cantores se reuniam, ensaiavam e apresentavam-se na Recreio”, lembra. Beto Bondan, Carlos Klauck, Carlos Sorgetz, Gilberto Perini, Henrique Bertolucci, Jorge Bertoluci, Rafel Reis, Francisco Willrich, Jonas Pandolfo, Jorge Weber, Paulo Drecksler, Jurandyr Bezzi, João Alberto Oaigen, Fabio Bertoluci, Fernando Boesch, Paulinho Reis, Paulo R. Oaigen, Osmar Accorsi e Alexandre Masotti. Nas imagens, Os Pequenos Cantores de Gramado na comemoração de 50 anos da Sociedade Recreio Gramadense. Dirigidos por Marília Daros, Irci Sturmer, Glacenir Sorgetz e Eliana Ferreita, registrado no livro "Eterna Recreio...". Os Pequenos Cantores de Gramado, 1965. Acervo Particular Hugo Daros Em tempo: Os Pequenos Cantores da Guanabara era um vocal formado por 35 meninos por volta dos 13 anos de idade, do Colégio Salesiano do Rio de Janeiro, criado no início da década de 1960. Contratados pela Philips gravaram em 1962 o LP "Vozes da Cidade Maravilhosa. “Os Pequenos Cantores de Gramado, uma página interessante, em que a Recreio foi partícipe fundamental, com a Silvia Zorzanello e um grupo maravilhoso de moços. “Este foi um momento artístico único na minha vida. Era a oportunidade de fazer parte dessa turma ou ficar fora de tudo. Minha mãe não deixava escolha e eu tinha participar de qualquer jeito. Na verdade, nunca aprendi a cantar, ficava muito ansioso. Mas todos aplaudiam e tudo certo!” Imagem Capa do Disco "Os Pequenos Cantores da Guanabara" Era realmente outro contexto e este exemplo retrata o papel da Recreio em disponibilizar o seu espaço para movimentos sociais e culturais desse tipo. “Era uma condição única na época, diferente de hoje. Gramado tem um movimento espetacular para uma cidade do tamanho dela e mesmo com diferenças de épocas e de cultura, a Recreio continua mantendo seu papel em cenários completamente distintos oportunizando situações inéditas, criando um espaço de experimento, conectando a cidade e as pessoas que vivem aqui”, diz. A Recreio é um espaço importante e se ajusta aos comportamentos sociais. “Respeito e tenho um sentimento muito positivo em ver como o clube segue por muitas mãos que, do seu jeito e com seu melhor esforço, mantém este papel. Objeto social do clube é permanente desde a sua fundação e cumpre maravilhosamente bem. Independente de quanto o mundo mudou, vai se adaptando e vem fazendo o melhor”. APOIO:
RELEMBRANDO
SEMPRE JUNTOS
Roque Silva há mais de 45 anos contribui com a história do clube e conta algumas das lembranças de momentos que viveu na nossa Sociedade Recreio Gramadense. Integrante do Conselho Deliberativo atua com muita experiência na parte burocrática e acompanhou a evolução. “Lembro que na década de 1970, era muito rigoroso se associar a Recreio. Clube tradicional de Gramado, muito restrito. Aqui entrei trabalhando, fazendo cobranças. Através do meu trabalho, após um ano, consegui adquirir um título de sócio. Forasteiro não entrava. Mulher solteira não podia se associar, permanecia como depende do pai que já era sócio ou ingressava com o marido, após o matrimônio. Participei de três alterações de Estatuto, e é um processo muito difícil e envolve mudanças importantes. Havia tipos de associados de antigamente, sócio contribuinte, sócio patrimonial, sócio permanente. As pessoas compraram e venderam os títulos como se fossem ações”, recorda. Roque e Elisa Silva, Waldemar e Giselda Zortéa, Terezinha e Irineu Dinnebier, Angela Kuhn, Luis Carlos Siveira, Mafalda e Gentil Tisott, Sílvia Zorzanello, Glacenir e Pedro Henrique Benetti, década de 80. Foto: S.R.G No bolão, Roque começou armando os pinos. “Durante o dia eu trabalhava e depois vinha para o clube para armar o jogo e assistir. Após alguns anos fiz parte do Tuyuty, um dos blocos fundadores da Recreio. Eu jogava toda a sexta feira à noite e adorava! Aprendi a jogar com o Bruno Muller, o capitão do Tuyuty e com o Urbano Spengler, meu patrão na época. Tenho muitas lembranças boas desse esporte que foi tão valorizado aqui. Campeonatos Estaduais, Campeonatos Internos, os amigos envolvidos, a vibração da torcida sempre muito emocionante! O sócio, que jogava bolão pagava ainda uma taxa especial para o clube”. Sobre o “Carteado” lembra-se quando chegava para trabalhar no Banco de manhã e encontrava a turma que havia passado a noite jogando, indo embora... Sempre envolvido, iniciou no carnaval com os “Monarcas do Ritmo” bloco muito procurado pelos jovens, naquela época. Esteve presente na criação do Orbis Clube na Sociedade Recreio Gramadense e com a Diretoria realizou muitos shows.“Organizamos o tradicional Baile de Debutantes com a valsa dos cadetes. Faltavam sempre mesas, era fácil de vender os convites”, diz. Roque Silva, Relembrando na Recreio. 2019. Foto: S.R.G Sobre o projeto Recreio 2000, “lembro quando o Coletto transformou o clube, com muita luta, para manter as reformas. Antigamente a comunidade participava mais, se envolvia de verdade. Ele liderou um projeto muito corajoso e necessário. Poucas instituições até hoje se mantem como a Recreio, que é um clube social de primeira. O mais importante é a cultura de recuperar e proporcionar eventos com várias gerações, reuniões sociais, familiares. Nos últimos 15 anos, com a minha família participo de todos os réveillons. Sempre juntos, festejamos neste lugar seguro, confortável, onde pessoas mais novas e mais velhas se encontram". APOIO: